Traduzir-se (4)

(Poema em Várias Vozes)

Dizem que finjo ou minto tudo o que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto com a imaginação: o poeta é um fingidor, finge tão completamente… não sou alegre… nem sou triste…
Sigo fazendo a minha parte: tocando a lira, sem muito alarde – cruzando as noites de tempestades; mas, mesmo tocando a lira (destemperada), épico, não consigo deixar de ser dramático.
Porque é a estrela meu diamante exato
Faço da estrela a minha adaga fria
E mato a lua que me mataria
Mato a poesia e logo após me mato
Drama!
E ao fim de cada ato,
limpo num pano de prato,
as mãos sujas do sangue das canções.

Loucura – Paulo César Pinheiro
Drama – Caetano Veloso

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Publicado 13/12/2014 por acristino na categoria "Traduzir-se

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