Na Balança (In truitina)

(Decassílabos de Carmina Burana)

Ó fortuna, como a lua, és mutável,
Ora tu cresces, ora diminuis;
Detestável vida ora clareia ora
Escurece por brincadeira a mente.

Ó sorte, és monstruosa e vazia, oh!
Tu – roda volúvel – és má; vã é
A felicidade tão dissolúvel
E nebulosa, que a mim contagias.

Dia, noite e tudo me são contrários.
Teu belo rosto me faz versar mil
Prantos, oh!, tens o coração de gelo.

Serei ressuscitado por um beijo?
Na balança os sentimentos oscilam,
Amor lascivo e pudor, um contra o’outro.