Só Pro Meu Prazer

(Poema em Várias Vozes)

Pois me beijaram a boca e me tornei poeta – uma noite, há muitos anos, uma musa mundana, sacana, deusa toxicômana, deu em minha boca um beijo de liquidificador. Eu era apenas uma criança… mas eu gostei… me apaixonei… me joguei, lhe roguei, me humilhei… bebi fel e gasolina… implorei que voltasse outras noites (minha impulsão sempre me colocando em “maus lençóis”!!!). Depois, nunca mais tive sossego. Tenho insônia, febre, suores noturnos, e, quando durmo, pesadelos. Acordo no meio da noite. Grito. Tento chamá-la. Como? Não sei o nome dela. Onde anda? Com quem está? Em que cama está?